sábado, 30 de abril de 2011

Dançando no clube do Tio Fresh

Sem transformar o disco numa grande salada, MC faz mistura de referências, estilos e temas

O tempo passa rápido. Implacável, o senhor dos dias molda discursos, muda opiniões, nos apresenta novas experiências e é cruel com quem não consegue entender as mudanças que promove. No rap também é assim: quem não decodifica a mensagem do tempo perde espaço no que chamam de "jogo".  Mas é da velha escola que vem um exemplo de conexão entre a mudança e a tradição que precisa ser transmitida. Tio Fresh, ex-MRN, integrante do grupo SP Funk e do coletivo Motirô, apresenta sua intimidade com o rap no CD Brazil Hip-Hop Clube. O DJ e MC da "old school" sintetiza os conceitos da cultura de rua, convida para dançar, canta a diversão e o amor, fala de futebol e cobra postura, respeito e atitude. 

Comunidade

Brazil Hip-Hop Clube tem instrumentais densos, beats cheios de peso e o groove necessário para justificar as participações de Lino Krizz, Xis, Dani Voguel, KL Jay, o grupo Samprazer, DJ Hum, SP Funk, Emicida, Kamau, Sombra, Max B.O., Marcel Ortiz e Rappin Hood. Em comunidade, Tio Fresh fala dos bailes dos anos 1970 e das equipes que promoviam (e promovem) os eventos (“Homenagem”), rima de modo descontraído o comportamento dos jovens e a importância da imagem na era digital (“Tira foto de nóiz”), utiliza o autotune - de maneira moderada - para falar da sua mulher ideal (“Quero uma mina igual você”), retrata a luta feminina (“Mãe solteira”) e junta gerações de MCs (“Reunião”).

Conexão

Em seu primeiro álbum solo, Tio Fresh conseguiu reunir beats que remetem ao clima dos anos 1990, scratches certeiros, temperos atuais na linha crunk e dirty south. Tudo isso sem nos passar aquela impressão de que está atirando para todos os lados. Este MC não está perdido.
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